(BREJEIRICES)
"Assim se amassa, assim se peneira, assim se dá volta ao pão da masseira..."
J'amassaste o pão há horas,
Está pronto a meter ó forno,
Bê lá tu se não demoras,
Que estou a ficar com sono!
J'amassei o pão há horas,
Mas ainda num está lêbedo,
Chegas a casa a desoras,
E inda por cima bens bêbado!?...
Ó mulher, num benho nada!,
Com esta já lá bão três,
Faz lá tu a quarta quadra,
Qu'inda consigo ir às dez!...
Ó homem, num faço nada,
Qu'o pão cresce na gamela,
Ajuda-me aqui co'a fornada,
Que tenho mãos de donzela...
Pra isso tens que tender
A broa bem 'farinhada,
Depois t'ajudo a meter
A pá bem endireitada.
Pra isso tens qu'aquecer
O forno no ponto certo,
Põe mas é lá isso a arder,
Gosto do forno desperto!
Ai, mulher, num aguento,
Já lá bai longa a faina,
Já trabalhei tanto tempo,
E tu queres inda mais lanha!?...
Ai, homem, num t'aguento!
Queres ou não qu' a côdea estale?
O pão cozido no ponto,
Dize lá, quanto num bale?...
Tás-me a ficar entendida,
Sim, senhor, lucro teria,
Se te montasse, querida,
Uma bela padaria!...
Tás-me a ficar atrebido!...
Olha!, já queimaste a pá!
E agora?... o pão tendido...
E metê-lo...já não dá!!!
(Num te queixes, ó mulher,
A seguir ó dez bem onze,
Bou já outra pá fazer
E começamos no doze!...)
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