quarta-feira, 9 de junho de 2010


CANTAR-TE-EI, DOURO


Cantar-te-ei, Douro,
enquanto minha terra,
cantar-te-ei, rio,
enquanto Douro em fio
no colo da serra
que é meu nascedouro!

Cantar-te-ei sempre,
enquanto não me doa
o olhar de ver-te
e o ousar d'escrever-te
sentida e sã loa
de quem conhece o ventre
que o nascer lhe sente
e cresce no caminho
onde se entreteve,
em embriaguez breve
de sulcos de vinho,
cantar-te-ei sempre!

Cantar-te-ei, Douro,
enquanto te trouxer
a bater no peito,
e os olhos não deito,
náufragos e sem ver,
ao meu morredouro...

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