sexta-feira, 4 de junho de 2010

MENINA-DOS-OLHOS


Os meus olhos são de cor indefinida.
Um pouco de sol, com um pouco de sal,
Um toque de azul, em tinta dilúida,
Outro tanto em esperança, de verde noval.

Os meus olhos são os espelhos da terra,
Têm da cor, tudo o que o encanto alcança,
E o brilho todo que coroa a serra,
Quando o sol do dia, à tarde, já se cansa...

Os meus olhos são dois godés pequeninos
Onde misturo as tintas que se derramam
Nas paisagens onde se semeiam vinhos,
E no meu rio, onde terra e céu se amam.

Os meus olhos são de cor indefinida,
Fiel mescla de amenos semitons,
Paleta cromática, d' ouro tingida,
Onde rio e terra confundem os dons...

1 comentário:

  1. ....

    Olá Teresa,
    Andei por aqui, saboreando as palavras.
    Este MENINA-DOS-OLHOS é uma pérola.
    Obrigado pela visita e pelo comentário.
    Um abraço

    ResponderEliminar